Teresa Perales (Zaragoza, 1975) não apenas é um grande desportista (26 medalhas de natação em 5 Jogos Paraolímpicos), contudo uma vasto pessoa. O demonstrou ontem no Hospital de Faro, onde a Ordem de São João de Deus, tem uma unidade de lesados medulares. Os inícios. Quando eu comecei somente saía pela mídia.

Em 1998, foi o meu primeiro campeonato do mundo e fizemos uma concentração em Plasencia em um centro de reforma de menores que, no verão, estava vago. Não era acessível, dormíamos com o colchão no chão pra passar pra quartas-de-banho tinha que botar diversos bancos, fazendo o trenzinho para se voltar ao vaso sanitário. Os chuveiros estavam no segundo percorrer e não tinha elevador.

Isso mudou muito por riqueza. Agora nós treinamos em centros de grande rendimento com os moços e gurias sem nenhuma deficiência. A doença. O dia em que ganhou Saragoça a Recopa saiu pra comemorar com umas amigas. Quando cheguei em residência senti uma agonia nos pés. Tinha dezenove anos e 3 meses depois eu estava numa cadeira de rodas por causa de uma doença neurológica. Também me afetou os braços, porém me recuperei.

A pena de si mesmo. Meço 1,62 e a verdade é que não tenho tanto com a cadeira, todavia a maioria das pessoas me dizia ou pensava Com isto me matavam. Cheguei a ter pena de mim mesma e toquei fundo, no entanto o esporte me ajudou a que a gente pare de me espiar com pena.

Não se trata de ser supercampeones contudo de fazer bem feito o que almeja que possa ser. E eu adoro a piscina já que eu não possuo que estar visualizando para cima para a gente. Me dói o pescoço. A vida de antes. Eu adoraria de voltar a caminhar e subir montanhas, no entanto não trocaria a vida que eu tenho neste momento, por nada do universo.

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Eu caminho, porém diferenciado. A volta ao universo. Com esta forma de correr dei a volta ao universo. Eu estive no deserto e nadado com tubarões (a cadeira ficou acima). Rodei um rally. Tenho feito coisas que idêntico de outra forma eu não teria pensado fazer.

Ou sim. Não entendo, contudo não se poderá rotular os que estão de pé, que não são o inimigo, nem sequer os que vão de pé para nós. Seus vizinhos. Ninguém quer estar numa cadeira de rodas é uma tarefa.

Eu morava no terceiro andar, com elevador, no entanto tinha 25 degraus do portal até o elevador. Quando eu fiquei por isso, isso era para mim o Kilimanjaro e alguns moradores se negaram a fazer o serviço pra adaptá-lo. Aqueles que diziam “coitada, tão jovem numa cadeira” se recusaram a fazer obras.

Isso foi o pior de todos. Tinha que sair na garagem e desmontar as rodas da cadeira numa rampa que tinha que fazer ziguezague pra não despencar. Demorava muito e odiava ter que fazer isto todos os dias,porém a outra opção era permanecer em casa, e não fazê-lo.

O pior de tua existência. O pior de minha vida não foi continuar em uma cadeira de rodas, entretanto perder o meu pai. Morreu com quarenta e cinco anos, eu só tinha quinze e eu estava apaixonada por ele. Isso é o único que não tem mais volta. Você é muito egoísta se não desfrutar cada segundo que você tem.