Em 2011, ele foi bastante pela mídia um estudo segundo o qual “a música heavy metal tem um choque negativo a respeito os adolescentes”. Esta é a tradução literal do titular da nota de imprensa publicada na Universidade de Melbourne (Austrália), escola a que está filiada Katrina McFerran, a diretora do estudo. Lemmy KIlmister, do Motörhead, no México, em 2006. Imagem de Wikipédia / Alexandre Soares. Mas dito isto, entremos pela farinha.
Mas não culpem somente os jornalistas, profissionais ou amadores. Após os cientistas, o elo seguinte pela cadeia também poderá jogar o smartphone quebrado, contudo, algumas vezes, com uma surdez simplesmente fingida. James Hetfield, do Metallica, em Quito, em 2016. Imagem de Flickr / Carlos Rodríguez / Andes / CC.
Ah. Nós terminamos. Assim, não é que o heavy metal produza efeitos negativos, como diz o título, todavia que aqueles que agora vivem circunstâncias negativas tendem a ouvir heavy metal. É que não é o mesmo. Uma coisa é a razão e o efeito, e não são intercambiáveis. Gene Kelly canta por causa de chovia, não chovia, em razão de cantasse. Mas à medida que continua a inspecionando a nota de imprensa, a tese do titular acaba dinamitada por completo.
Mas McFerran prossegue: “exemplos disso são quando uma pessoa ouve a mesma canção ou álbum de música heavy metal, uma e mais uma vez e não ouve mais nada. Fazem isto pra isolar-se ou para fugir da realidade”. Você diria o mesmo McFerran de alguém que descobre, pela primeira vez, a Patética de Tchaikovsky e a ouvir uma e mais uma vez? E continua McFerran: “se essa conduta continua durante um ciclo de tempo, podes indicar que essa pessoa jovem sofre de depressão ou preocupação, e, no caso pior, poderia sugerir tendências suicidas”. Mas diabos, de onde tira McFerran tudo isso?
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Nenhuma de tuas frases começa com um “me parece”, um “não tenho dúvida” ou um “me fornece no nariz”, desse modo, tudo isso supõe-se apoiado em detalhes que a toleram. Mas aqui vem o mais bacana, e é que, no momento em que a universidade de Melbourne publicou tua nota de imprensa de amplo repercussão pela mídia, o estudo de McFerran simplesmente não existia.
isto é, ainda não havia sido publicado. Iron Maiden em Paris em 2008. Imagem de Wikipédia / Metalheart / Swicher. Então, tudo o que existia era um preprint, um rascunho em PDF pendurado em Figshare, uma plataforma online onde os pesquisadores são capazes de compartilhar dados e estudos.
Mas não nos esqueçamos de uma coisa que sempre repito: se alguém escreve um poema e o pendura pela web, poderá-se dizer que o poema está publicado. Se uma pessoa escreve um estudo científico e o pendura na web, de maneira nenhuma é publicado; só é considerado como tal quando uma revista científica comprovada aceita publicá-lo com passagem prévia por um muito exigente filtro de revisão por especialistas. E a revisão por pares é um mínimo, no entanto não uma garantia; às vezes, o sistema balançando, como no caso do estudo chinês a respeito do heavy metal e o cérebro que contei há alguns dias.
Mas, mesmo naquela primeira versão em PDF de 2011, explicado no resumo (abstract) do estudo neste instante se parecia um tanto com aquela contundente sentença divulgada pela Universidade de Melbourne, a respeito do choque negativo do heavy metal. “A procura revela que a maioria dos jovens usam tua música favorita pra aperfeiçoar seu ânimo.